A VOZ DOS CONTRIBUINTES: A tão propalada questão da Sra. Secretária de Estado das Artes e dos Espectáculos é coisa de somenos importância, pequeno episódio apenas revelador (mais um) de que a comunicação social se prende e restringe ao acessório e fútil e não ao mais importante. Fica-se com a estranha impressão de que se não fosse este acontecimento, ninguém tinha nada sobre o que falar, o que não deixa de ser bizarro numa situação destas.
Do ponto de vista do contribuinte atento ao erário público, confesso que por ora pouco posso opinar, principalmente porque não conheço Teresa Caeiro. Coisa diferente seria se estivesse a falar de quem conheço, por exemplo e academicamente, de Pedro Caeiro: não tenho a menor dúvida de que este último seria um excelente Secretário de Estado em qualquer um dos Ministérios. Porque é bom, é trabalhador, é inteligente, competente, tem capacidade para estudar os assuntos e possui bom senso e isto basta para se desempenhar um excelente cargo, qualquer que ele seja. Seja Teresa Caeiro como o exemplo que dei, e será tão boa Secretária de Estado das Artes e dos Espectáculos como seria da Defesa. Ou de outra coisa qualquer.
Caro VLX, acredita mesmo que independentemente da formação profissional ou académica, desde que sejamos bons na nossa profissão servimos para qualquer função ou cargo?
P.S. Eu não conheço PC mas a Teggy é bem melhor do que ele.
A falta de formação pertinente, experiência relevante ou conhecimento dos dossiers de um determinado sector não é óbice a que, por exemplo, se escreva em blogs. Ficamos a saber que para VLX também não é óbice a que se exerçam funções de governação no sector em causa, o que só qualifica a noção que VLX tem do dito Governo. Enquanto contribuinte, apreciaria que os meus governantes, por mais competentes que fossem (dando de barato que a "competência" se pode aferir em abstracto, como se de uma unção se tratasse...) ao menos não perdessem o tempo que lhes pago a estudar o "bê-à-bá" dos problemas do sector que tutelam... Será uma exigência excessiva? O contorcionismo argumentativo, por razões de solidariedade política, é a principal causa do descrédito da nossa classe política. O virtuosismo nessa matéria, por mais brilho que tenha, está longe de ser uma virtude.
Pois... estão explicadas várias das colocações neste governo, pense-se por ex., no brilhante Negrão. Mas no caso da secretária de Estado TS, aquestão não é só de falta de currículo para o lugar (isso também acontecia na Segurança Social e na Defesa, já que a srª é uma licenciada em direito sem destaque, ao contrário de PC, cujo percurso profissional está quase exclusivamente ligado a funções de assessoria ao CDS/PP), mas o facto de no despudor e caricato da situação se ter evidenciado que não se escolhem pessoas para lugares mas criam-se lugares para pessoas. Acrescente-se que mais do que o dinheiro dos contribuintes é uma ideia de interesse público que tem de estar ligada a funções governativas, mas hoje é tão esquecida. Apesar de o reconduzido ministro da saúde dizer que entre o interesse público e o interesse privado não dará preferência a nenhum e decidirá de forma imparcial! Portanto o equívoc será de quem pensa que na escolha de pessoas esse interesse releva.
Grande Vasco: como dizes, a hipótese é puramente académica. Parafraseando o Marx (não esse, o outro), eu desconfiaria mortalmente de um Governo que me quisesse como membro. E, apesar das tuas simpáticas palavras (apenas atribuíveis à amizade), não acho que a competência governativa se possa medir em abstracto.
A quest?o da medi??o da compet?ncia governativa em concreto ? interessante em si mesma. Como medi-la? N?o havendo "escola" da dita, e tomando de barato que ? caso raro a repeti??o de um cargo, nada mais resta do que esperar para ver. Donde se deriva que julgamentos "a priori" s?o t?o v?lidos como a prefer?ncia club?stica. Claro que s?o livres de n?o concordar com o meu racioc?nio ...
Queridíssimo PC, Exactamente! Do mesmo modo que a incompetência não se mede em abstracto. Mas não era isso que estavam a fazer em relação a Teresa Caeiro?
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