A BICLA (memórias de um sportsman em férias) II: O meu selim tem de largura traseira o dobro do comprimento duma banqueta actual das biclas modernas. Dá para apoiar o rabo todo e ainda sobra um bom bocado para colocar um comando de televisão, um maço de cigarros, a caixa de charutos, um cálicezinho de Porto, o que se quiser e à vontadinha. Tem molas fantásticas, que afundam lentamente quando nos sentamos nele. A borracha de que é feito é tão fofa que não é necessário fazer grande pressão com o dedo para esconder dentro do selim a unha do indicador. Juro!
É lindo! Preto, com dois frisos longitudinais amarelados que lhe dão um toque bem simpático. E também é comprido e fofo à frente. Sejamos sinceros, os bancos actuais não magoam só "atrás", eles também não são nada agradáveis "à frente": pois o meu é uma maravilha! Julgo que terá uma área aí de uns quase 0,5 metros quadrados. Pelo menos é desse tamanho o tecido que vou comprar para lhe fazer uma capinha para o proteger do pó. Estou a pensar num padrão listado, em tons de azul: fica sempre bem e dá um ar de campeão. O meu selim cabe perfeitamente na garagem (e não afecta assim tanto o lugar do carro, como alguns vizinhos maldosos têm constantemente afirmado e pretendem defender na reunião extraordinária de condóminos convocada de urgência após a minha compra, para discutir o acesso às garagens). Seja como for, estou a pensar em fazer um seguro para ele pois parece-me que os meus vizinhos, invejosos, ainda lhe vão querer fazer alguma...
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