A BICLA (memórias de um sportsman em férias) XII: Isto da bicla está a transformar-se numa vergonha insustentável. Hoje fui ultrapassado por duas velhinhas a pé numa rua com uma inclinação de 0,5 graus. É certo que me passaram apenas na subida mas parece que ainda estou a ouvir as suas gargalhadas. Mas vinguei-me de uma, da que levava o carrinho de bebé do neto (ou bisneto, a avaliar pela idade), quando ela susteve a marcha para apanhar a chupeta da criança que caíra uns duzentos metros atrás.
Já a outra, a que carregava os sacos das compras, estou certo de que a teria conseguido alcançar se a casa dela não ficasse tão perto. Aliás, estive quase a conseguir ultrapassá-la quando ela parou para cumprimentar um amigo numa cadeira de rodas e o acompanhou durante uma boa meia-hora. Ficará para a próxima. Isso e vingar-me do rapazote com risadinhas parvas que de patins me ultrapassou numa subida.
(cont.)
A demora na publicação de novo episódio levou-me a temer o pior: ter-se-à espetado por aí? Eis senão quando,a publicação de novo texto me livrou de preocupações ao mesmo tempo que comprovava a persistência do ciclista e a teimosia de quem se julga pré-destinado para a escrita. Que, apesar de tudo, parece bem melhor que a "performance" do desportista. Haveria vantagens em ter optado pela prática da BTT. A escrita todo o terreno conduz-nos por caminhos mais interessantes, para além dos monólogos absurdos do escritor ciclista, desesperadamente em férias.
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