MOMENTO THOMAS CROWN: O roubo do célebre quadro de Munch, O Grito, levou muito boa gente a interrogar-se ácerca da utilidade de roubar uma peça de arte tão conhecida e que não pode ser revendida em público (por exemplo no Sotheby's). Este raciocínio esconde uma dura realidade - há bastantes formas de lucrar com tal acto. Assim, cumprindo uma missão mais digna dos irmãos Metralhas, aqui fica um pequeno guia para aspirantes a Thomas Crown ou a seus serventes.
A primeira maneira de lucrar é vender o quadro a coleccionadores privados, estetas que apenas pretendem disfrutar do prazer de possuir estas obras de arte. Quem sabe até se um destes tipos não estará por detrás do roubo como financiador. A segunda forma de realizar dinheiro com um furto deste tipo é pedir uma soma pela sua devolução ao museu ou instituição sua proprietária ou à sua seguradora.
Se a pintura é famosa, mas não no grau do quadro de Munch, a peça pode ser entregue a uma instituição bancária como colateral de um financiamento (muitos bancos não se preocupam em verificar a proveniência dos itens que lhes são dados como colateral, sobretudo se o seu valor de avaliação supera em muito o montante de crédito em risco).
Por último, um quadro desta natureza pode interessar a traficantes de droga de grande fôlego ou a bandidos bem sucedidos e com contactos (e já agora cultura) como uma espécie de moeda de troca no sub-mundo do gangsterismo.
Como vêem, um quadro de Munch escondido na garagem dá sempre jeito.
P.S. - Não me recordo mas penso que as jóias reais portuguesas roubadas de um museu na Holanda nunca mais apareceram. Certamente que não foi por ninguém lhe encontrar utilidade.
A propósito da matéria, e como complemento, a CNN [http://money.cnn.com/2004/08/23/pf/munchtheft/index.htm?cnn=yes] fez uma súmula dos meandros do mercado negro da arte. Saudações bloguistas. j.marioteixeira@sapo.pt [http://sentidosdavida.blogs.sapo.pt/]
O que é curioso é que os ladrões fugiram pela porta da frente do museu e foram fotografados a entrar de forma muito elegante numa carrinha Audi A6, último modelo, de cor preta. O que leva alguns psicólogos a colocar uma questão que parece ser pertinente nos ladrões de arte: tentam transformar o próprio furto num acto estético.
Há outras singularidades destes larápios "artistas": Abandonaram o museu muito calmamente pela porta da frente e foram fotografados a entrar, de forma muito elegante, numa carrinha Audi A6, último modelo. O que leva alguns psicólogos a colocar a questão que, pelo que parece, é comum aos ladrões de arte: a transformação do próprio furto num acto estético. Enfim, a Audi é que não se deve importar nada com esta situação. Basta lembrar que o modelo da carrinha "Ford Bronco" em que seguia O.J. Simpson quando foi filmado, em directo, a fugir da polícia e a ameaçar matar-se aumentou cerca de 25% nos meses que se seguiram à cena televisiva. Abraços XMP
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