O ACESSÓRIO II: Face aos aumentos do petróleo, o líder da Associação dos Revendedores (julgo que se chama assim), António Saleiro, vem a público dizer que em virtude da diminuição das margens de lucro, tornar-se-á impossível aos revendedores de produtos petrolíferos continuarem a garantir o crédito aos municípios e a diversas entidades (crédito esse cuja estranha concessão ficámos a conhecer). O Presidente da Associação dos Municípios, Fernando Ruas (também Presidente da Câmara de Viseu), ripostou de imediato dizendo que se os revendedores de gasolina cortarem o crédito aos municípios, estes revoltar-se-ão contra aqueles, fazendo-lhes a vida negra, perseguindo-os e até encerrando alguns estabelecimentos.
O ESSENCIAL II: Sempre que numa bomba de gasolina pago com cartão de crédito (local onde geralmente só se aceitam cheques visados), são-me cobrados 50 cêntimos sob o argumento de que não têm margem para os juros ou taxas dos cartões. Porque carga de água esses mesmos estabelecimentos andam a conceder crédito aos municípios? Quem negociou, quem autorizou? Não havendo almoços de graça, que se passa em troca? Por outro lado: vivemos num país regulado por leis, claras, transparentes e iguais para todos, ou num país em que quem tem o pau na mão pode ameaçar os particulares, exigindo-lhes crédito? Que chantagem é esta? «Ou me dás crédito ou encerro-te o estabelecimento?...» Com que fundamento legal? Só por perseguição? E pode-se? E se o fundamento legal para o encerramento já existia, porque não está o estabelecimento encerrado? Será porque dá crédito à entidade licenciadora? E será assim com tudo? «Ou me dás crédito ou o teu processo vai para o fundo do monte?...» Bonito, bonito. Sobre isto que é importante, não se ouve um ai...
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