AS MÃES SOLTEIRAS DA MADEIRA:As Cartas de Perdão e Legitimação Concedidas Aos Moradores do Arquipélago da Madeira (1531-1577) digeridas num artigo homónimo de João Cosme e Maria de Deus Manso ( Actas do II Colóquio Internacional de História da Madeira, Porto, 1989, pp 155-170) ensinam-nos coisas interessantes. Para lá dos crimes contra as pessoas ou contra o património, D.João III teve de se ocupar do perdão aos autores dos crimes contra "os valores e interesses da vida em sociedade". Destes, a concepção de filhos fora do casamento tinha frequentemente como autores membros do clérigo. Através da legitimação o monarca transformava "uma situação incorrecta face aos canônes legais numa nova realidade, aceite como legítima". D.Martinho de Portugal, Bispo do Funchal, solicitou a legitimação ( ANTT, Perdões...,Lº3, fl .5v-6) de D.Eliseu e D.Maria, gémeos. Já Aleixo Lopes Santos, vigário do Espírito Santo ( Calheta) requereu ( idem, Lº1, fl. 243v-244) que João, filho de moça solteira fosse legitimado. Parece que os nobres se metiam com escravas, mas os clérigos preferiam avisadamente as moças solteiras. Que foram boas mães, solteiras claro, pois que não tinham ainda ouvido falar do pio Buttiglione.
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