BUTTIGLIONE: Não meu caro Neptuno, o editorial de JMF no Público de hoje não é excelente. É uma lástima. Buttiglione não é niguém na filosofia, é um mero académico que escreveu uns livros sobre o Papa e sobre S.Tomás de Aquino, ensinou no Liechtenstein, passou pela trituradora dos comunitaristas radicais de Washington; é (era) hoje professor de filosofia política na Universidade Pio V em Roma . Em Itália é apenas conhecido por ser um dogmático religioso. Como este há milhares pelo mundo fora.
Mas o osso da coisa é a suposta defesa de JMF do politicamente incorrecto: Buttiglione "diz o que pensa e não quer impôr nada a ninguém". Não tanto. Um "amigo do Papa" e Comissário Europeu não pode ter a veleidade de pensar que aquilo que diz é igual ao que eu digo. E sobretudo, representando um sector ultra-conservador da Igreja, deve ter cuidado com o que diz. Se houve na Europa até Dostoiévsky ter proclamado a morte de Deus, uma agência tenebrosa do politicamente correcto, foi a do Vaticano. Felicidade e fidelidade conjugal significavam fornicação larga para o macho e castidade violenta para a esposa. Um ataque epiléptico significava estar possuído pelo Diabo. Uma mulher divorciada era até há bem pouco tempo uma puta no largo da Igreja. E por aí fora.
Traz água no bico, vindo de um fanático religioso, essa separação entre o que se diz e o que os outros deveriam fazer. JMF está preocupado com os novos Torquemadas? Faz bem, é certo. Mas eu ainda me preocupo com os antigos.
PS ( dado que não tenho acesso à caixa de comentários): obrigado ao JMT pela correcção dos advérbios: sou um caso perdido, tantas as vezes que já fui avisado.
Caro Filipe Hoje venho dar uma tesourada, só porque leio e gosto, mas preciso de dizer a quem ensina e muito mais sabe do que eu, que os advérbios de modo (aqueles que terminam em "ente") não têm acentuação!!! Políticamente ... incorrecto!
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