DOIS CARTAZES: O primeiro sob a forma de aviso, tabuleta de madeira pintada à mão, está pregado num pau no Ilhéu das Flores, em S.Tomé e Princípe. Reza asim: " É expressamente proíbida a permanência de habitantes locais no cais de embarque durante a partida e chegada de passageiros". Há um "resort" gerido por uma portuguesa Sofia- qualquer- coisa, que diz ter tido (para esta e para outras patifarias, calculo) "o apoio do governo". E há os basbaques que gostam muito de lá estar "porque não há violência nem animais selvagens". Nem habitantes locais, acrescente-se. Tudo isto pode ser visto na TV2 ou na RTP África ou na RTP-N, em repetições várias.
O segundo divide-se. São duas folhas de papel saídas de uma impressora desempregada e pelo menos um par delas está afixado a uma árvore na Rua Conde de Ficalho, Lisboa. Uma tem um sol risonho e diz "viva a alegria" a outra tem um sol triste e aconselha "não à tristeza". O que lá fazem, pergunta o leitor que não viu telejornais hoje? São um protesto de moradores. Os moradores não querem uma mega-funerária à porta de casa, porque "já viu o que é uma criança de manhã ir para a escola e ver sair um caixão com pessoas a chorar?" interpelam eles o jornalista. Isto de querer morar longe da morte é um acto falhado: nunca estamos tão longe dela como quando choramos num cemitério. Mais valia que os moradores afixassem este aviso do grande Conde de Ficalho ( a meias com Musset) que dá o nome à rua em que habitam: Que Deus vos tenha na sua santa guarda, e vos livre dos romances modernos.
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