A GRAÇA DA LÓGICA: No Público de hoje, Santana Lopes "pede um estado de graça, porque todos os executivos merecem". Estamos perante um exemplo claro de argumento condicional, cuja validação assenta na afirmação do antecedente ( modus ponens):
Se todos os novos executivos merecem um estado de graça,
se este é um novo executivo,
então este executivo merece um estado de graça.
Como sempre, no estudo da validade dos argumentos temos de examinar a validade das premissas. Se a primeira pode ser considerada verdadeira, já a segunda, ( da qual depende a afirmação do antecedente) pode ser considerada falsa? Se entendermos que o actual executivo foi mandatado por Sampaio para continuar as políticas do anterior, assenta no mesmo entendimento CDS-PSD, e inclusivamente mantém elementos do anterior executivo, a segunda premissa é falsa. Logo a conclusão do argumento é falsa, o argumento é inválido.
Se entendermos que a segunda premissa é verdadeira e que este é de facto um novo executivo, e que todo o novo executivo tem normalmente um estado de graça, não se percebe porque é que esse estado tem de ser pedido.
dos países que foram bombardeados pelos Estados Unidos, após o fim da Segunda Guerra Mundial de quais emergiu um governo democrático, respeitador dos Direitos Humanos?
Lá está o galhofeiro Lopes na reinação! Isto dos estados de graça remonta ao tempo em que era preciso ir a votos para se governar o país... Imagine-se Salazar, em 1936, a pedir paciência aos portugueses! "Tenham paciência, rapazes, são só mais 18 anos no Tarrafal!"
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