O COSTUME III: Há uns tempos atrás, Vital Moreira, confrontado com uma cena de praxe, questionava-se sobre o que é que o faz membro da mesma Universidade que os protagonistas. Depois de presenciar o que se passou ontem na Sala dos Capelos, a minha reacção imediata foi um pouco mais forte: senti que aquela vintena de indivíduos e eu não fazemos parte, de facto, da mesma instituição.
Todavia, reflectindo um pouco no tristíssimo episódio, creio que a Universidade serve, antes de mais, para partilhar valores; acima de todos, o respeito pela liberdade e pela convivência democrática. E, por isso, a Universidade ainda tem aqui um papel a desempenhar: é talvez a última oportunidade para convencer estes inimigos da liberdade que o seu comportamento é inadmissível em democracia. E, por isso, é imperioso que a Universidade não trate o episódio apenas como um desagradável "incidente político" e apure, naturalmente, a responsabilidade disciplinar dos intervenientes. Sob pena de a "Universidade sem condição" a que eu exortava há uns dias ficar refém, e indigna, de uma vintena de indivíduos.
PS: Mais uma coisa: o Presidente da Direcção Geral da AAC afirmou que "esta intervenção não foi aprovada na Magna, mas é fruto da revolta dos estudantes". Ora, se as "Magnas" servem para alguma coisa, a "intervenção" não pode ser vista como resultado da vontade da generalidade dos estudantes e dos seus representantes. Consequentemente, o Presidente da AAC deve condenar publicamente a "intervenção", feita à margem das deliberações de quem representa. A não ser que pretenda transformar a AAC no Herri Batasuna de uma extrema minoria.
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