A ORIGEM DO MAL: Passemos ao lado do ruído em torno da polémica da semana. Aproveitemos para chamar a atenção para aquela que é a verdadeira origem do mal.
Nenhuma das suspeitas que agora se levantam ocorreria se o Estado não tivesse a presença desmedida que tem em empresas com interesses em orgãos de comunicação social e nos negócios da televisão por cabo e na televisão digital terreste.
Já agora, e por amor à verdade, esta interferência do Estado foi reforçada durante os governos socialistas com a aquisição da Lusomundo, a criação da TV Cabo por uma empresa pública e de canais temáticos de grande audiência com participação estatal como a Sportv. O caminho então feito foi um retrocesso reltivamente à liberalização dos media que ocorreu no tempo de Cavaco Silva. Era bom que este governo pensasse em reverter esta evolução.
Muitos gritam (com ou sem razão, não interessa para o que se discute neste post) sobre a promiscuidade dos negócios do Estado com o sector privado e controle de critérios editoriais, a propósito de uma trica que é essencialmente intra-partidária. Aposto que a maioria desses são os mesmos que aplaudiram tranquilamente a renacionalização do DN em 1999 e a expansão do controle do Estado sobre as novas plataformas de difusão mediática através da PT.
Ou seja, meteram o Estado e os privados nos mesmos conselhos de administração e a actuar lado a lado em sectores onde não deviam ser nem concorrentes nem parceiros, mas sim regulador e operadores. Agora, queixam-se de promiscuidade.
Para além de trágico-cómico, é politicamente hipócrita.
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