A PACIÊNCIA E A ESPERANÇA: Leibniz dizia que a moral estóica era a arte da paciência sem esperança. Existe aqui evidentemente uma dupla cruz da paciência: ou estoica ou cartesiana. O sábio estóico exerce a sua virtude pacientemente, dominando a vontade e não esperando nada do tempo que virá; o cristão cartesiano projecta sobre o horizonte temporal a esperança de que o mundo faça sentido. De fora, longe do debate, a vontade de Deus.
Que podemos esperar quando os cães estão vivos e o vinho aquece o copo? Que isso signifique alguma coisa, o prazer abrindo a porta a outros, por repetição. O orgulhoso estóico apraz-se em ter afagado o cão e bebido o vinho. Pode ser-se feliz sem esperar que o dia de amanhã seja melhor do que o de hoje? Claro que não. Mas quem quer ser feliz se acabou de o ser? Dando a palavra a Jacques Brel ( "Avec élégance):
Savoir qu'on a toujours eu peur
Savoir son poids de lâchetê
Pouvoir se passer de bonheur
Savoir ne plus se pardonner
Et
N'avoir plus grand chose à rêver
Mais écouter son coeur qui danse
Etre désespéré
Mais avece desesperance
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.