PIED-NOIR: Derrida, o argelino, morreu hoje. Gostei sempre mais dele nas suas excursões fora da desconstrução, talvez devido às minhas limitações. Recordo uma blague de Steiner ( em Real Presences, 1985) a propósito da hermenêutica da verdade: The adage had it: "do not trust the teller but the tale". Desconstruction asks: why trust either? Gosto do Derrida analista da exclusão ( Politiques de l'amitié suivi de l'oreille de Heidegger, Galileé 1994) ou do daquele pequeno texto que a Minerva traduziu, Cosmopolitas de todo os países, mais um esforço. Nele, Derrida escreve sobre a tradição hebraica das cidades-refúgio e relembra a ordem dada por Deus a Moisés ( Números, XXXV 9-32) para que se construam cidades de asilo para o estrangeiro ou para o hóspede; depois vagueia por Kant e pelo seu direito cosmopolítico à hospitalidade universal e até revisita o cosmopolitismo ainda estóico, de Cícero.
Claro que há condições para receber o estranho. Uma delas será porventura a que estabeleça que ele não venha para causar a destruição daqueles que o recebem. Mas como destrinçar os amigos quando recebemos toda a gente? E como distinguir quem acolhe de quem ultraja?
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