A TEORIA DOS CHAPÉUS: A propósito de Buttiglione desenterraram-na, a ela, à teoria dos chapéus. Vasco Rato assina hoje no Independente um artigo equilibrado mas desliza no entanto para uma distracção pouco comum num politólogo. Diz Rato que não passaria pela cabeça a ninguém indignar-se com um governante socialista numa sociedade de mercado, aludindo às concepções particulares do Sr. Buttiglione sobre a "vida" versus a realidade social europeia. Rato sabe muito bem que governantes socialistas na Europa são adeptos do mercado. Por outro lado, que diria Rato se o próximo Ministro da Economia de Sócrates fosse Jerónimo de Sousa? Que não haveria problema nenhum em termos à frente da economia de mercado lusitana, alguém que identifica a propriedade privada como a origem dos males do mundo? Que Jerónimo teria dois chapéus? Então pergunto eu: para que servem as convicções dos políticos? Já sei que me vão falar das diferenças entre convicções morais e práticas políticas: fica para os posts seguintes.
PS: Também terá sido uma "interpretação jornalística de um metáfora" a tese de Buttiglione segundo a qual teria de ser feito um levantamento cadastral-comportamental-psico-social da origem dos imigrantes que chegam a Itália, por forma a determinar quais os países (!) mais propensos ao crime e à sedição? É, deve ter sido mais uma "cabala" ( duplamente mal tratada, a coitada) da imprensa montada contra o senhor.
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