CONGRESSO DA DEMOCRACIA II: Guterres afirmou, igualmente, que "o fundamentalismo religioso penetrou o centro do poder da maior potência mundial, pondo em causa os valores do século das luzes no seu prório comportamento." G. terá esquecido que a tal "maior potência mundial" é uma democracia, que não anda a matar civis em nome da religião, a qual não se confunde com o estado e que não se encontra num estádio semelhante a qualquer tenebroso século medieval - por oposição a séculos iluminados - de fanatismos, de miséria, de servos da gleba, de déspotas, de ausência de direitos das minorias (e, por vezes, também das maiorias) e mesmo das mulheres.
Esta demagógica e desonesta inversão de papéis estará relacionada com algum cargo na ONU?
Tem a certeza de que não anda mesmo a matar civis em nome da religião? Pense bem.
Segundo a estimativa mais fidedigna (ver Economist da semana passada), terão morrido desde o início da guerra 98 mil civis iraquianos.
E, se não foi em nome das armas de destruição massiva, foi em nome de quê? Ah, já sei, foi em nome da Democracia!
Só que a Democracia (note-se a maiúscula, a terrível maiúscula que tantas vezes transforma boas ideias em armas ao serviço da intolerância) imposta à bomba e invocada como uma doutrina milagreira sem relação visível com a vontade dos povos ou o seu bem-estar assemelha-se muito ao fanatismo religioso.
Os EUA têm sido nos últimos séculos um exemplo de civilização, liberdade e tolerância para todo o mundo. Mais uma razão para que exijamos que continuem a honrar essas grandes tradições.
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