É MESMO TÃO ENGRAÇADO?: Apesar de tudo, é surpreendente a vaga de brindes e, até, de piadas, que a morte de Arafat suscitou numa parte da blogosfera portuguesa. Excepção feita, naturalmente, aos mais lúcidos, porventura até os únicos a quem a questão israelo-palestiniana tem interessado de verdade, que sabem manter a firmeza das suas opiniões sobre o assunto (das quais, aliás, discordo) sem perder o respeito mínimo pelo adversário (ou, talvez, inimigo).
Não consigo compreender o que leva alguém a celebrar ou a tentar fazer humor com a morte de um homem que nunca lhes matou ninguém, nem mandou incendiar-lhes as casas. Suponho que a morte de Bin Laden lhes arrancará foguetes das mãos - e não por se sentirem mais seguros, pois continuarão cativos da litania anti-terrorista.
Eu sei que não está escrito assim na Bíblia, mas quem age dessa maneira diminui-se. Muito mais do que ao objecto do seu ódio.
PS: Na morte de Sousa Franco, O Acidental apagou certos textos que entendeu não deverem persistir para além desse momento. Na morte de Arafat, O Acidental publica vários textos e desenhos escarninhos sobre o próprio assunto da agonia e morte de Arafat. A isto chama-se o relativismo da proximidade. E, sim, estou a comparar Sousa Franco com Arafat, naquilo em que são iguais: eram homens e morreram.
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