NOTÍCIAS DA NOSSA MORTE (I): Tenho-me habituado desde pequeno a ouvir os ensaios do elogio fúnebre do CDS. O refrão costuma indicar que será nas eleições seguintes que se dará a tragédia mas elas passam e voltam a passar sem que a ocorrência se dê, mesmo com muita gente a tentar desligar a máquina, outros a perorarem pela eutanásia e alguns, até, pelo suicídio. Nos últimos anos, já adulto, familiarizei-me também com a morte de Paulo Portas, tantas vezes anunciada pelos que doentiamente a desejam que deve até haver gente que pense que ele já morreu.
Contudo, quer o CDS quer Paulo Portas têm demonstrado um apego à vida e um gosto por ela que quase tornam vulgares mentirosos aqueles que apregoam os seus funestos desejos interiores.
José António Lima, do Expresso, nunca conseguiu esconder os desejos de estar presente nas exéquias de Paulo Portas e do CDS. Na última edição do dito semanário afirmava que Paulo Portas, indo sozinho a votos em 2006, correria o risco de desaparecer. Meu caro JAL: isso já foi dito por diversas vezes e em inúmeras ocasiões embora nunca tenha acontecido. O meu caro JAL não traz novidade nenhuma e, ao invés de publicar as suas pequenas animosidades carregadinhas de intenções e rancor, deveria antes fazer análise política (deve ser para isso que lhe pagam, presumo).
Ora, falando de análise política, as coisas são como são e são assim: existe um governo de coligação que se apresentará a eleições legislativas em 2006. Nessa altura, concorrerão coligados os partidos que hoje governam ou concorrerão separados. Se concorrerem coligados, aparecerão ao eleitorado com a obra que juntos conseguiram fazer, responsabilizando-se ambos pelo que globalmente fizeram e o eleitorado julgá-los-á da maneira que entender.
Concorrendo separados, cada um puxará a brasa para a sua sardinha. E sem querer agora (apenas por existir no presente momento um governo de coligação) avaliar as capacidades governativas de cada um, a verdade é que cada um dos partidos da coligação fará apelo às qualidades por si demonstradas. (cont.)
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