RANCOR: Helena Roseta dá hoje uma entrevista ao Independente que é um bom exemplo do discurso da suposta ala esquerda do PS, derrotada nas recentes eleições. Diz, como arquitecta e urbanista, que Lisboa precisa de alguém que domine os dossiês com competência e que tenha uma ideia para a cidade e sugere...Carrilho, professor, tradutor e impulsionador de muitas edições em Portugal sobre retórica e filosofia da linguagem. Mas acrescenta que "parece que o PS está a fazer tudo para encontrar um candidato que não seja Carrilho". Sobre Sócrates repete a ladainha que foi eleito por se lhe atribuir a capacidade de ser o anti-Santana, rematando com a ideia que este PS não está pronto para governar porque "há muitos debates que ainda não foram feitos".
Suponhamos que Alegre tinha ganho: o PS já estaria nesta altura pronto para governar? Já tinha debatido tudo? Imaginemos que o PS escolhe outro candidato a Lisboa que não Carrilho: mais uma vitória do neo-conservadores infiltrados no Rato?
Resumindo: mau perder. O que me faz sorrir é este discurso ser regularmente apresentado como o dos defensores absolutos da democracia, sempre de sobrolhos carregados e narinas dilatadas: ou seja, ela, a democracia, existe se eu ganho, ela não existe se eu perco.
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