UM CAMINHO LIMPO, OU O CULPADO QUE SE SEGUE?: Sucessivamente promovido pela comunidade internacional, de guerrilheiro a fazedor da paz, de líder terrorista a Prémio Nobel, interlocutor privilegiado de vários governos americanos e israelitas e Presidente da Autoridade Palestiniana, Yasser Arafat morre como instigador do terrorismo palestiniano, no meio de investigações sobre desvios de dinheiro em proveito próprio.
Se estas acusações forem verdadeiras (falo da verdade verdadeira, não da mentira repetida mil vezes em que até bons espíritos acabam por acreditar), não deixará de surpreender a ingenuidade e a incompetência de tantos negociadores internacionais experientes que deram crédito a Arafat ao longo dos anos.
De qualquer maneira, morto Arafat e satisfeita a pretensão tantas vezes reclamada pelo actual poder israelita, que via nele o principal obstáculo para o cumprimento integral dos Acordos de Oslo, espera-se que o caminho para a paz esteja agora definitivamente limpo e que o próximo líder palestiniano não seja o culpado que se segue. E Sharon, se desejar mesmo a paz, que se cuide. Foi um desejo que Rabin pagou muito caro.
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