O REI CENOURA: Em Portugal, há uma tendência dos Presidentes em segundo mandato de se arvorarem em reizinhos deste rectângulo. Mesmo os supostos paladinos da causa republicana cedem à tentação, a qual decorre da inconsciente habituação às mordomias de primeira-figura e a um auto-convencimento, quanto ao aparente consenso nacional sobre o seu desempenho das funções presidenciais. Ainda não chegámos ao ponto de ter um rei-sol, mas já se vai insinuando um rei-cenoura, cujo lema será um "Ó Pá, cést moi!".
Foi assim que Sua Serenidade decidiu dissolver o Parlamento sem se sentir obrigado a explicar aos portugueses porque o fez, atirando qualquer comentário sobre o assunto para a próxima semana. Nada mau, para quem tanto preza a estabilidade.
Segundo um filme que hoje estreia nos cinemas, Filipe da Macedónia terá dito a Alexandre: "Um rei não nasce, faz-se. E deve saber ignorar os que ama." Há quem aprenda depressa.
Mar de opinioes, ideias e comentarios. Para marinheiros e estivadores, sereias e outras musas, tubaroes e demais peixe graudo, carapaus de corrida e todos os errantes navegantes.