2005, O ANO DE SAMPAIO II?: No seu discurso de Ano Novo o PR apelou aos maiores partidos políticos para que, após as eleições, se entendam quanto às reformas urgentes de que o país carece, desse modo promovendo o aventado "pacto de regime". Ao fazê-lo desta forma, desde logo o matou e, simultaneamente, sacudiu a água do capote.
Um pacto de regime só terá viabilidade se for assegurado antes das eleições, antes das inúmeras promessas suicidas - se levadas à prática - que vamos ouvir nas próximas semanas. Sampaio teria que confrontar diariamente os partidos com a situação do país, deveria confrontá-los diariamente com as consequências para o país da falta desse pacto. Deveria batalhar por ele. Ao remeter a questão para o período pós-eleitoral, Sampaio agiu como Pilatos. Embora conhecedor do (da ausência de) resultado da sua acção, consegue "passar" a imagem de que "fez o que podia", "alertou" e "apelou" mas, infelizmente, os malandros não lhe deram ouvidos.
Admitindo como certo que não haverá pacto nenhum, a actuação de Sampaio permite duas leituras antagónicas: Por um lado, podemos afirmar que o PR é vítima de alguma ingenuidade bem intencionada, tentanto afastar qualquer espécie de conflito que o afecte, por melhor que seja a causa a defender, vestindo em alternativa o fato do gajo porreiro - que nos levou à presente situação - que se limita a dizer "vejam lá se fazem assim, ó rapaziada". Por outro lado, podemos pensar que o PR sabia exactamente qual seria o (não) resultado desta sua actuação. A imposição de um pacto de regime pré-eleitoral implicaria que os maiores partidos assumiriam compromissos tendentes à aplicação de medidas que serão certamente impopulares. O que, obviamente, impediria o PS de cavalgar a onda do descontentamento generalizado da população, de algum modo desperdiçando esse capital eleitoral.
De uma forma ou de outra, nada de novo na frente, teremos mais do mesmo. Preparemo-nos para o pior.
Caro Neptuno Ando por esta "blogos" há pouco mais de um mês, e venho lendo de tudo um pouco.Confesso porém que começava a cansar-me tanta falta de isenção e tanta análise em que,até os mais ingénuos conseguem ver objectivos que nada têm a ver com a honesta procura de caminhos para a nossa terra. Com efeito, os partidos(e não excluiria à partida nenhum) não podem deixar de ser confrontados com as consequências da fuga às suas reais responsabilidades.Mas não entendo que o sr Presidente da República tenha que os arrastar pelos cabelos! Pena é que a grande maioria dos nossos "fazedores de opinião" não saiba estar onde deve... As contas acabam mesmo por ser feitas! Mas até lá é mesmo melhor que nos preparemos para o pior! E é pena... Gostei do que vi.Vou continuar a passar por cá.
O Presidente da República fez o que faz o Chefe de Estado de uma República: zela pelos seus. Ao proteger o PS de uma derrota eleitoral em Julho, não se coíbe agora de o proteger de um governo de minoria em Fevereiro. Sócrate agradece e esbarra em paredes de vidro enquanto diz que mexe em todos os impostos menos no IVA. Enquanto isso, no norte transmontano desdenha-se o perigo dos "escarafunchadores de cenários conspirativos".Hilariante.
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