COLIGAÇÃO? QUAL COLIGAÇÃO?: Os cartazes utilizados pelo PP de PP seguem, à primeira vista, uma estratégia simples: num momento em que Santana Lopes se tornou no símbolo vivo da trapalhice e da instabilidade, PP procura surgir como o contrapontoútil (competência, estabilidade, convicção, etc.), pairando serenamente acima do seu parceiro de coligação.
Porém, parece indiscutível que este tipo de discurso só pode "aspirar" os votos dos eleitores indecisos entre o PSD e o PP e os votos dos eleitores PSD que detestam Santana mais do que Portas. Quer dizer: a mensagem da campanha do PP limita-se à pretensão de enfraquecer o PSD.
Ora, a questão é a seguinte: sabendo-se à partida que o PP não colherá mais votos que o PSD, será que aquele eleitorado vai votar Portas para ter Santana a Primeiro Ministro? Claro que não - para isso votariam directamente em Santana.
O que significa que a mensagem eleitoral do PP assenta numa lógica diferente. Adivinhando a mais que provável derrota eleitoral da coligação, Portas procura atrair o maior número possível de descontentes do PSD de forma a conseguir um resultado que lhe dê um peso parlamentar respeitável na oposição. Onde oferecerá ao País a imagem de um partido responsável e estável, em contraste com o torvelinho social-democrata que, muito previsivelmente, sorverá Santana depois de 20 de Fevereiro.
Deposto Santana, só aquele peso parlamentar acrescido dará capacidade negocial ao PP em face de quem vier a liderar o PSD.
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