FALÊNCIA DO SISTEMA: Embora devidamente repisado neste blogue, o estafado tema da falência do nosso sistema político sempre ganha nova actualidade em véspera de eleições. Entre outras razões, as mais óbvias residem no facto da esmagadora maioria (95%) dos votantes não saber quem são os números dois (muitas vezes nem o número um) e seguintes da lista partidária do distrito em que vota. Ao abrigo deste voto "esclarecido", podemos afirmar que 90% dos deputados não são verdadeiramente eleitos mas sim escolhidos pelos orgãos do respectivo partido. Outra situação reside no facto das pessoas pensarem que a eleição dos deputados por determinado distrito as levará a defender esse mesmo distrito. Salvo raras e honrosas excepções tal não acontece (nem mesmo no Parlamento europeu certos deputados defendem o interesse nacional...) nem, de um ponto de vista legal, deverá acontecer, uma vez que os deputados representam a população no seu todo e não uma qualquer região. Mas duvido que os eleitores pensem assim.
Finalmente e como prova cabal da interplanetária distância entre eleitores e eleitos, veja-se o caso da escolha de Zita Seabra para candidata do PSD por Coimbra. A senhora nunca terá parado por Coimbra a não ser para visitar o Portugal dos Pequenitos ou para pregar as maravilhas de um sistema totalitário em que acreditava e que, entretanto, sumiu. Tal não impediu as iluminárias partidárias de impor o seu nome para Coimbra, numa cada vez mais assumida ditadura partidária em que se transformou a nossa democracia. Nesta lógica totalitária - que na sua perversidade tem o mérito de assumir a realidade: que os eleitores são, de facto, um mero acessório dos eleitos - a escolha de Zita Seabra é mais facilmente compreensível...
Se tentarmos descodificar a mensagem do PPD/PSD para os seus apoiantes e simpatizantes que votam em Coimbra, será qualquer coisa como: "Vocês, seus palhaços, percebam de vez que as estruturas partidárias é que mandam. E vocês só votam em quem e como nós quisermos!"
Monarquia sempre! (portugraal assume-se como um blog monárquico, defendendo uma abordagem ecológica da existência......) O problema de Portugal resume-se, cada vez mais, a um problema de REGIME. Sem pactos nem cactos. O PR foi é e será sempre um Chefe de Estado a 50% e a prazo. Qualquer que ele seja. Por outro lado, a campanha eleitoral que se avizinha dará, inevitável e lamentávelmente, a vitória a Santana Lopes. Uma aposta? Sócrates tem uma maneira de falar irritante e está sempre a fugir dos jornalistas. J. de Sousa cristalizou em 1975. Louçã está furioso com as palavras de Sampaio. Em Portas ninguém (ninguém a sério) confia. A direita em peso votará no PSD à conta do belo do voto útil. E os monárquicos serão mais uma vez usados como bucha pra canhão. AH! é verdade : Viva o Firefox, abaixo o Internet Explorer!!
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