O ABORTO: Uma das bandeiras da esquerda portuguesa é a recorrente defesa do aborto, do direito ao aborto, da liberdade de abortar livremente, como, quando e onde se quiser e por que motivo for. Defendem isso de forma muito veemente e em termos muito crus, na maior parte das vezes insultando quem tenha ideia contrária e arrogando-se de certezas que estão muito longe de serem confirmadas. Na sua opinião, devia ser livremente permitido abortar (a discussão das semanas pouco interesse tem para mim e para este texto).
Estranho é que pudicamente queiram colocar véus ou virar a cara enjoados quando alguém fala sobre o assunto com a mesma crueza e utilizando termos quase tão directos como os que invariavelmente usam. O que me leva a crer que muitos dos que defendem tal prática não sabem sequer do que falam.
O que realmente defendem é que uma pessoa (geralmente uma mulher) possa abortar, ou seja, impedir a livre formação de uma vida (interromper voluntariamente a gravidez, para utilizar a expressão que julgam mais branda), pelo motivo que for: ou porque recebeu uma bolsa em Paris, ou por causa de uma pós-graduação em Nova Iorque, ou porque não quer contar aos pais que engravidou ou simplesmente porque não lhe dá jeito (isto porque sustentam que não deve ser necessária uma razão para abortar). Bem vistas as coisas, se chegamos ao ponto de defender o aborto apenas "porque a gravidez não dá jeito", decidir abortar passa a ser algo tão banal como decidir não ir ao cinema ("ó pá, no sábado não me dá jeito nenhum ir ao cinema, convidaram-me para um jantar porreirinho, desmarca lá a coisa e se possível recupera o dinheiro dos bilhetes. Olha: tenta vendê-los...").
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