OS NOSSOS NETOS QUE SE CUIDEM: Ainda da SIC-N vieram os resultados da última sondagem. Quem assistia comigo à notícia felicitava-se pelo facto de aparentemente o PS vir a descer nas intenções de voto e não conseguir alcançar a maioria absoluta. E isto enquanto os outros ainda não saíram em campanha o que, pelo menos no caso do CDS e de Paulo Portas, era apontado pelo próprio responsável da sondagem como uma variável importante e a ter em consideração.
Confesso que isso só não me chega. A vitória do PS, mesmo que minoritário, não me traz alegria alguma. Faz-me sempre lembrar aquela malta que, logo a seguir ao desbaratamento comunista do pós vinte e cinco do quatro, acabou definitivamente com as poupanças da geração anterior; aqueles que, no primeiro governo de Guterres, arrebentaram com as poupanças da geração actual, e aqueles que, no segundo governo de Guterres, delapidaram as poupanças da geração que nos segue com as scuts e outros disparates e facilidades do género. Se voltam para o governo e sem poupanças à vista, os nossos netos que se cuidem: vão pagar os próximos anos...
Eis as poupanças da geração anterior, que este senhor glorifica: um atraso atávico do país, um Banco de Portugal alegadamente cheio de ouro num país de analfabetos, de reduzida escolaridade, de pobreza em larga escala, mas escondida em paredes de casas honradas. O senhor (ou os seus) deve(m) ter vivido no bem-bom, refasteladinho sob a capa do regime ditatorial que manteve Portugal fora da Europa durante quase 50 anos. Para si, pouco importa a verdade de gerações que se perderam graças a esse seminarista tolhido de Santa Comba. A si pouco importam as gerações.
E escuso de trazer à liça: a PIDE, a falta de liberdade individual, a censura, a tortura, os campos de concentração, a guerra colonial. Tem razão numa coisa: «os nossos netos que se cuidem». Com avós como o senhor...
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