CRISES: Vai por grande parte do país uma enorme animação. Muitos brincam, gozam, glosam, opinam sobre o que dizem ser a crise do FCP. E em que se traduz essa crise? No facto do FCP ter trocado de treinador por estar empatado ou a um ponto dos seus mais directos rivais.
Face aos factos, parece evidente que o FCP esteja em crise. O problema (que devia preocupar os seus adversários) é que, para o FCP, estar em crise é estar empatado ou a um ponto dos seus mais directos concorrentes. O FCP não quer, não gosta nem está habituado a andar em semelhantes companhias nesta fase do campeonato. O FCP sente-se destas companhias («diz-me com quem andas...»), incomodam-no, envergonham-no. Para os outros deve ser uma alegria, um sonho concretizado estar empatado ou a um ponto do FCP mas, para este último, navegar nestas águas com esta gente é uma tristeza, uma queda abrupta, uma crise evidente. Enquanto uns se deliciam por terem chegado ao que consideram o ponto mais alto que conseguem, o FCP preocupa-se por considerar que desceu ao ponto mais baixo que o seu estatuto lhe permite: o dos seus adversários. O melhor de uns é o mínimo do FCP. O mesmo cenário que para uns é a excelência do campeonato, o máximo a que podem almejar, para o FCP é a crise do campeonato, o máximo a que se consente descer. Estar no mesmo nível dos outros, encontrarem-se todos no mesmo patamar é, para uns, uma jubilosa alegria; para o FCP é um desastre, uma vergonha. Os pontos que sossegam uns não chegam ao FCP. Uns julgam que estão bem, o FCP quer naturalmente mais. O que para umas direcções é a glória, para a do FCP é o sinal de que se deve fazer alguma coisa tão importante como trocar de treinador. Divirtam-se, pois. Enquanto não perceberem esta enorme diferença no tratamento da mesma realidade, nunca compreenderão a razão do FCP e do seu Presidente estarem anos-luz à frente do panorama futebolístico nacional.
Não há dúvida que o patamar de exigência do FCPorto é superior ao dos outros. Mas a questão aqui é outra : O "papa" afinal também cai do cavalo. Duas vezes. Para já ...
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