ELEFANTE ASSADO COM BATATAS A MURRO: "Deve colocar o animal de molho dois dias antes do repasto, para ganhar sabor. Pode abusar nos temperos, que o bicho é um "destempero" total. Pela embalagem, ficamos a saber que este animal passou por um mau bocado, o que explica a tromba meio partida. Até chegar a este triste destino, este elefante levava uma animada existência como tocador de sineta do zoo, a troco de uma moeda. Mas, um belo dia, o director do zoo, visivelmente embriagado e ao arrepio do regulamento do zoo, decidiu que o elefante deveria ser cor-de-rosa. Nada a fazer, portanto. É certo que, por vezes, se atrasava, se deitava tarde, não cumpria o seu papel. Mas a maioria dessas histórias eram inventadas pelos seus inimigos chimpanzés, essa macacada mentirosa que tudo faria por uns amendoins. Bons tempos em que ele é que distribuía os amendoins. De qualquer modo, nunca esteve tão mal como a anterior raça de elefantes, que obrigou o zoo a vender a própria sineta. É este elefante que agora nos vem parar à mesa. Embora avelhentado, a carne ainda é rija e o marfim - embora de fancaria - ainda é reluzente, fruto de esfrega constante. As batatas que o acompanham são o melhor e o pior da refeição. Quando estiver hesitante e com dificuldades para engolir, lembre-se que a alternativa seria um jaquinzinho, talvez acompanhado com uma indigesta salada russa... Tenha um copo de cicuta à mão, para qualquer eventualidade."
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