A FESTA DO COELHO: Para os Judeus, na Páscoa comemora-se a fuga do Egipto resultante da praga que se abateu sobre os Egípcios, a esperança da Terra Prometida. Para os Cristãos, a Páscoa é a Paixão e Ressurreição de Cristo e a instituição da Eucaristia. Para o resto da malta, a Páscoa é a festa de um qualquer coelho que, por aberração da natureza, põe ovos. A coisa não espanta: tornou-se comum que o pessoal se tente apoderar das festas religiosas. Querem vivê-las mas não querem chatices nem estão para isso. Já no Natal temos de gramar com enchentes de bonecos de vermelho, meio bonacheirões, inventados pelos refrigerantes. Na Páscoa levamos com coelhos com ovos. A maioria do pessoal não está para se lembrar da Paixão de Cristo, do seu sofrimento ou está-se nas tintas para o que se passou no Egipto com o povo judaico. Preferem olhar para o lado e afagar o coelhito e por isso se incomodam tanto com pessoas como Mel Gibson, que lhes lembram o que não querem, que lhes fazem entrar pelas casas aquilo que se celebra (no caso dos Cristãos). Não lhes importa que um Rambo apanhe uns quantos murros ou balázios no Vietname ou no Afeganistão, mas se lhes recordam que Jesus Cristo foi violentamente flagelado por todos nós, isso já é uma aberração que não querem ver nem lembrar-se. Só que, como querem entrar na festa, tipo penetras, têm de inventar umas coisas para si, uns pretensos festejos como os tais coelhos com ovos. Eu acho que "coelhos com ovos" não liga nada; prefiro a lebre estufada em vinho tinto com cebolinhas, da Herdade do Esporão, ou o arroz de lebre do Fialho que, atempadamente ingeridos, ajudam ao jejum de Sexta-Feira Santa. Desejo uma boa Páscoa aos que a vivem seriamente e aos outros que o coelho dos ovos não esturrique.
o filme só incomoda, porque hoje toca mais fundo a ficção do que a realidade, as pessoas identificacam-se mais com o sofrimento de uma qualquer personagem de ficção, do com o dos vizinhos, conhecidos, etc (muitas vezes familiares). Preferem ignorar que existe sofrimento, depois quando inevitávelmenre dão de caras com ele, não capacidade para lidar com ele, depois inventam-se um numero ideterminado de doença para justificar um comportamento incrementado pela propria sociedade. E tudo isto não tem haver com religião, mas sim com a nossa forma de viver. (não podemos fugir ou ignorar, ele apanha-nos sempre)
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