TIMINGS: Casa aos 34, umas semanas antes descobre que o noivinho afinal é um putanheiro de primeira água, tem sífilis. Estamos em 1998, e ela é ajudante de notário na província, como dantes se dizia. Segue para bingo, casa na mesma com o gajo, arranja dois filhos e uma casa nova. Estamos em final de 2004. Um belo dia o tipo entra em casa às arrecuas com um papel na mão. Está infectado com HIV, colectado em putas brasileiras. Os miúdos têm cinco e dois anos, e ela já nem pode ouvir uma aluna brasileira, coitada, que não tem culpa nenhuma. Agora ajudo-a, ou pelo menos ela assim julga. Falamos. Sobre o que é um sonho, sobre o que são os homens. O divórcio está para sair, ele ainda não, ela ainda o vê, absorto, sentado no sofá da sala, o garoto mais velho faz-lhe a mesma pergunta seis vezes e ele não responde. Ela não está infectada porque a certa altura - a altura certa - começaram a utilizar preservativo. Mas o que a mata é que ele já estava infectado, o preservativo só apareceu porque ela teve de deixar de usar a pílula. O cabrão tinha-te infectado, penso eu por ela. Recomponho-me e gabo-lhe a sorte: Já viu? Podia ter sido pior... Pois podia, pensa ela. Podia ter apanhado sífilis sete anos antes.
Nao tem graça alguma mas esta "estória" me fez lembrar um graffite na saida de um metro perdido por ai....que dizia "AIDS, que saudades da sifilis!" .....
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