A ILHA: Se existe uma maioria no parlamento e um presidente da República que são favoráveis à alteração da lei do aborto, porque é que se há-de fazer um referendo? Para ouvir o povo, dir-me-ão. Para ouvir o povo ou para ouvir os berros de quaquers brandindo fotos de fetos de 28 semanas? Para ouvir o povo ou para ver as barrigas de meninas auto-satisfeitas que confundem o mundo com o próprio umbigo? Alterem a lei numa proporção razoável, distribuam preservativos como Reich fazia nos bairros operários de Viena dos anos 20, e mandem vir mais imigrantes. O povo é sábio, vota uma coisa mas faz outra. O que o povo precisa é de um balneário para morrer sossegado, como na ilha de Coetzee.
Os meus parabens, pois é dificil ler textos sobre este assunto com tanto discernimento. O povo de facto provavelmente irá abster-se ou votar pelo não. E o que ganha o país? Uma radicalização de campanhas pelo sim e pelo não.
Não acredito que o aborto seja a solução para todos os problemas, nem gostaria que os meus impostos sirvam para fazer abortos "estecticos", mas sei que se deve despenalizar e proporcionar condições para que em casos devidamente estudados e apoiados, possam ser efeitos com dignidade. (Hoje são elas, amanhã podemos ser nós).
Perguntam-se o que significará a palavra estecticos, eu passo a explicar, um dia apareceu-me no serviço alguém que fazia abortos sucessivos, porque a pilula a fazia engordar... percebem agora porque se deve ter tanto cuidado a abordar este assunto.
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