IN-DECISÕES: A identidade europeia deve tanto à acumulação de capital-terra que possibilitou o projecto colonial, como a Roma ou à Hélade. A Europa, desde Quinhentos, foi uma mobilização constante de letras e missionários, metais preciosos e distâncias tornadas sensíveis. A nossa crise começou quando se acabou a ordem natural: adquirimos parceiros, deixamos de ter possessões imperiais. O projecto comunista foi a última hipótese de existir uma Europa alter, que mimetizasse, do Reno à Dalmácia, o antigo sistema de construção identitária. O rumor crescente do "não" à argamassa unionista, num momento em que a potência é americanamente distante, e Bruxelas uma convenção de tradutores, traduz fielmente a estratégia: sabemos o que não queremos ser, não fazemos a menor ideia do que somos.
É essa convenção de tradutores que é a nossa identidade. O que nos distingue das outras potências é exctamente essa diversidade que (naturalmente ou por repressão) as outras não ostentam. Como em qualquer ecossistema a diversidade garante a sobrevivência, e este é um bom tópico para decidirmos não só que Europa queremos mas também que globalização queremos.
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