REVELAÇÕES: 1) O ESTRANHO CASO DAS SONDAGENS: Ninguém me contou, ouvi em directo na rádio. Santana Lopes, para enaltecer o trabalho feito durante a campanha eleitoral, confidenciou hoje ao Congresso que, no princípio da campanha, o PSD dispunha de sondagens que lhe atribuíam 20% - vinte por cento - dos votos. Assim, até 20 de Fevereiro, terão sido conquistados mais 10% de eleitores. Ora, nas sondagens que davam ao PSD um "mínimo histórico", de 28 de Janeiro, falava-se em 27, 7% - vinte e sete vírgula sete por cento - dos votos. Foram estas sondagens que motivaram a curiosíssima ameaça, por parte de Santana, de processar as empresas responsáveis. O que pode explicar, então, tais ameaças, perante sondagens próprias que apontavam para os 20%? Afastando a hipótese da má-fé, restam apenas três: ou Santana, sob a emoção do momento de hoje, se enganou nos números - e não queria dizer bem 20%, e talvez a campanha não tenha, então, aumentado a votação em 10%; ou se deu, num dos dois momentos, um fenómeno de dissociação cognitiva; ou, afinal, o Presidente cessante tinha mesmo razão para reclamar contra as sondagens publicadas, por darem ao PSD mais 7,7% dos votos do que aquilo que o próprio Partido previa.
REVELAÇÕES: 2) JOB PERANTE O INSONDÁVEL: Continuando a comentar a evolução da campanha eleitoral e das sondagens, Santana afirmou, segundo percebi, que o "pico" mais alto da "votação" no PSD coincidiu com a morte da Irmã Lúcia. Com retórica humildade, admitiu ter sido um "erro" político suspender a campanha nesse momento, para logo de seguida reiterar que, se pudesse voltar atrás, faria exactamente o mesmo, por uma questão de "princípios" e de "valores". Ventos e marés podem contrariar-se, mas nada há a fazer contra eventos desta magnitude.
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