AMNISTIA INTENCIONAL: Tem razão o Luciano Amaral do O Acidental, na crítica sobre a adjectivação que a Amnistia Internacional faz de Guantánamo: "o gulag dos nosso tempos". Deixemos o escritor russo sossegado, deixemos as palavras dormirem em paz. Mesmo que remotamente se perceba o alcance pseudo-filosófico da comparação ( privação dos direitos humanos em nome de uma determinada concepção da razão). Pergunto-me se esta gente terá o sentido das proporções. Pelos vistos, não. Mas pior, muito pior, neste amassar de leveduras incompatíveis, é o cheiro . Esta necessidade de chamar gulag a Guantánamo, tresanda à vontade de branquear o passado: "são todos iguais". Não, não são. Encerrar 400 ou 500 pessoas capturadas num cenário de guerra, prendê-las sem direito a um julgamento e torturá-las ( dou de barato, não porque acredite na imaginação de muitos, mas porque acredito que um campo destes é precisamente feito para que haja tortura), é uma coisa. Ocorre em Guantánamo, como de uma forma ou de outra, em Cuba e em Israel; Outra coisa, é prender metódicamente milhões de pessoas durante anos e assassinar centenas de milhares em nome da razão de Estado . É vergonhosa esta necessidade de nivelar os crimes de uns pelos crimes dos outros, ainda por cima obliterando os factos, a História e os mortos.
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