LER OU TEMER: O meu interesse sobre a China começou há alguns anos devido à investigação na área da história do tráfico de ópio. Esse interesse foi-se desenvolvendo, e alargou-se a outros períodos e categorias, sendo que sou hoje um mero projecto de aprendiz em matérias relacionadas com o assunto. Como qualquer português, tenho a facilidade de poder estudar muitos textos gerados a partir das missões portuguesas no Oriente, mesmo que alguns só tardiamente tenham sido reconhecidos em Portugal. Um deles, recomendo vivamente a quem só agora, e motivado pelo medo, se começou a interessar pelo Império do Meio: A Nova Relação da China ( Ed. Fundação Macau, 1997), do jesuíta Gabriel de Magalhães, composta em Pequim em 1668. Esta obra, inicialmente escrita em português, permaneceu quase trezentos anos indisponível na língua original, tendo sido os franceses que a divulgaram na língua de Montaigne. Em 1957, em Macau, o texto do padre Magalhães foi finalmente redisponibilizado na sua língua original. É um livro admirável, escrito por um homem que foi mecânico e astrónomo na corte de Pequim, bem como arquitecto-engenheiro: construiu em Pequim, em 1662 (em colaboração com Luís Buglio), a Igreja de São José - Dongtang, "A Igreja do Leste" - ainda hoje aberta, cautelosamente, ao culto
Se se interessa por uma perspectiva exclusivamente historica e interessante. Se quiser ir mais a fundo sobre a relacao Ocidente-Oriente muito pouco se publica em lingua portuguesa. Tem a excelente compilacao de cronicas [do Expresso] do Antonio Caeiro enquanto esteve a frente da LUSA em Pequim [e deixou grandes saudades]. Recomendo-lhe o "Dialogo Europa-China" de uma pequena editora de Pombal, a Magno Edicoes, com textos de Adriano Moreira, Carlos Gaspar, Rocha Vieira, entre varios sinologos portugueses.
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