AYAAN HIRSI ALI: Holandesa de origem somali, que vive sob ameaça de morte em virtude da denúncia da repressão sofrida pelas mulheres muçulmanas, autora do argumento do filme Submissão - I - curta-metragem de Theo Van Gogh, entretanto assassinado por um fundamentalista islâmico - deu uma entrevista à Veja (juro que não recebo comissões!) desta semana, de onde destaco a seguinte passagem, quando questionada sobre o impacto do referido filme: "...eu esperava uma dose maior de indignação dos liberais laicos, intelectuais e políticos de esquerda. O pessoal que acha ter o monopólio dos bons sentimentos. Na verdade, eles padecem do velho paradoxo da Revolução Francesa, que promoveu os direitos humanos em casa, mas manteve a escravidão nas colónias. Em nome da convivência multicultural, do respeito às tradições de outrém, esses intelectuais do Ocidente hesitam em colocar em evidência a situação subjugada da mulher dentro do Islã. Eles têm receio de ofender, de suscitar cólera e assim ajudam a perpetuar o sofrimento e a injustiça. Ora, aqui não cabem relativismos. Abuso e mutilação sexual são crimes e ponto final. Hoje, agora, já! Tampouco deve ser tolerado o assédio, a perseguição da qual são vítimas os homossexuais muçulmanos. Os ocidentais não podem fazer vista grossa nem calar, como já fizeram durante a existência dos gulags soviéticos."
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