DIGA 133: Ou seja, o número de alunos que não puderam fazer os exames devido à greve dos professores na região centro. Segundo o Ministério, isto é bom porque "demonstra o elevado sentido de responsabilidade dos professores", que pouco aderiram à greve convocada. Em que é que ficamos? Então uma classe não adere à greve e isso "demontra um elevado sentido de responsabilidade"? Entretanto ouço na rádio um dirigente sindical, que me fala de Coimbra, de um "grave clima de repressão", que terá impedido uma maior adesão dos professores à greve. O que terá acontecido? A GNR e a PJ, em vez de andarem à procura dos foragidos da Penitenciária de Coimbra, andaram a reprimir os professores, obviamente. Está visto que nunca mais os encontram. A eles, aos foragidos. É preciso inventar um novo dispositivo repressivo-educacional, no qual os estudantes estudem, os professores façam greve, os guardas vigiem e os presos fiquem quietos.
Se um calceteiro abandonar o emprego por uma manhã, o pior que pode vir a acontecer é uma marquesa sujar os sapatos na lama. Já bem diferentes seriam as consequências de uma greve de professores em dia de exame nacional. Honestamente, penso que a sua consciência como profissionais passa pelo interesse que têm em salvaguardar os interesses dos alunos, que para além do mais desejam que concluam o secundário com sucesso. Penso que será um pouco ?preso por ter cão e preso por não ter? apontar o dedo aos professores que renunciaram aos seus interesses para ajudarem os seus alunos. Quanto ao grave clima de repressão, apenas tenho a dizer o seguinte: já é uma tradição de longos anos a que os sindicatos têm; a de fazer comédia nas melhores alturas. E a ?FENPROF?, ou como diabo se chama, não costuma ser excepção.
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