DIZ-ME MEU AMOR: A decomposição do amor tem menos atenção que a sua composição: nove por sete vielas e ainda vão apertados. O tempo, ao contrário do que se possa pensar não é para aqui chamado. Leopardos, calor, crianças, a falta delas e sobretudo o silêncio. Nenhum amor dispensa o ruído. Raivoso ou cavernoso, canibal ou bochechudo ou simplesmente rídiculo, como era o das palavras trocadas pelo magala e pela sopeira no banco do jardim. Os cemitérios proibem o ruído por alguma razão ( valores incompatíveis, diria Maquiavel). Ruído não é som. Ruído é repetição, diálogo sindical estabelecido entre uma tribo berbere e o espião. Ninguém sabe para o que serve, todos o erguem ordeiramente. Os terapeutas receitam diálogo porque sabem que já não há nada a fazer. A alta cultura transportou para dentro dos corpos essa mezinha bolorenta, porque a alta cultura detesta o amor. Desde que aprendemos a ler e a escrever, passamos a fingir. Deixamos de fazer ruído.
Ontem, numa reflexão à sombra de compasso e esquadro, tentaram explicar-me que o silêncio é a melhor forma de traduzir o indizível. Hoje, ainda a digerir tão palavrosa explicação pª o segredo, confronto-me com mais este post que, de forma exemplar, me demonstra o que também ontem os mesmos 'outros' me disseram em voz baixa: "uma certeza é o primeiro sinal de ignorância".
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