FUNERAIS EM DIRECTO: Nenhum ser humano (nem a respectiva família) deveria ser objecto do voyeurismo que encerra uma transmissão televisiva em directo de um funeral. Seja na perspectiva do defunto - que não se pode defender - seja na perspectiva da família enlutada, cujo sofrimento é explorado até à exaustão - e que também não se pode defender. Mete nojo - que não o nojo devido às circunstâncias - a crescente exploração mediática de funerais de pessoas conhecidas e temo que ainda não se tenham esgotado todas aas possibilidades de reportagem.
A transmissão em si não é uma coisa criticável, pois todas as pessoas que não podem descolar-se ao lugar e querem também enterrar o morto, podem fazê-lo pela televisão. Agora, o nojo existe a partir do momento em que a transmissão deixa de ser a de um funeral e passa a ser a de um qualquer evento mediático.
O funeral em si não é criticável, o homem não é só Homem na sua dimensão fisica, é também Homem na sociedade, e o papel que ele teve nela não pode ser ignorado. Concordo com transmissão televisiva; não concordo com a exploração que fazem do evento; os jornalistas trocaram o factual pelo acessório, e é o que se vê!
Não percebo por que é que aqueles que não se podem deslocar ao lugar e também querem enterrar o morto o terão de fazer pela televisão. Podem fazê-lo num bar.
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