OSTINATO RIGORE (parte II): A morte de Álvaro Cunhal (e já assim a de Vasco Gonçalves) tem possibilitado as mais espantosas afirmações de diversas pessoas, que na maior das calmas deturpam a História e a realidade como se o resto das pessoas não tivesse memória. É fantástico! Estou certo que só por isso o meu amigo PC não levará a mal ter-lhe roubado o título do seu post para me referir ao comentário que a ele fez o King_Arthur.
Dizia o tal comentador, num português mais ou menos semelhante, que Cunhal se encontrava tanto à frente dos demais que em 1940, enquanto prisioneiro, tinha sido escoltado pela polícia até à Faculdade de Direito onde apresentou uma tese sobre o aborto e a sua despenalização que terá merecido 19 valores. Fantástico! Direi mesmo mais: que homem avançado!
O feito é ainda maior se nos lembrarmos de que Álvaro Cunhal não vivia propriamente num regime paradisíaco como o soviético onde, como todos sabemos, havia uma ponte aérea da Sibéria para as diferentes Universidades Públicas da URSS para levar comodamente os prisioneiros que queriam ir alegremente defender as suas ideias, contrárias às do regime, perante Professores Universitários alegadamente adeptos do regime mas que se limitavam a avaliar a tese do prisioneiro apenas do ponto de vista científico.
É evidente que na maravilhosa realidade soviética que Cunhal nos quis gentilmente impor, semelhante herói teria naturalmente tido, para além das comodidades abundantemente conhecidas dos centros reeducadores Siberianos, os 19 valores que agora lhe atribuem e não os 16 que Marcello Caetano efectiva e avaramente lhe conferiu. Má sorte ter nascido aqui. Só espero que descanse em paz e por muitos. No seu paraíso soviético.
Ontem num documentário sobre Alvaro Cunhal, dizia-se que numa das suas viagens à Russia, tinha ficado maravilhado com as estações de metro feitas por operários para operários, e com uma ponte, ou barragem, não posso precisar, feita pelos prisioneiros do Gulag, será que alguém no seu perfeito juízo pode ficar maravilhado com uma obra feita com trabalho escravo em pleno século XX, por melhor que seja a arqitéctura da coisa.
È estranho, que hajam doidos a contar estórias de doidos, convencidos, que as pessoas iam acreditar nessas estórias! A vida do Cunhal è uma burla completa do proletariado portugues, que ele explorou até ao tutano, seguindo o seu mestre Estaline. Quem o viu no 1º de Maio de 1974, no compo da Fnat, com ar arrogante só faltando cuspir no idiota do Mario Soares, viu logo de que especie era o animal, guardado p+or um marinheiro. Estive ali, com um alemão da Alemanha do Leste e que vivia em Londres , que só me dizia, não acredites nestes malandros dos comunistas, hoje è festa, mas amanha começam os saneamentos!
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