A REGRA DE BONAPARTE: Um dos meus marxistas favoritos ( porque escreve clara e ordenadamente), Gramsci, insistia muito na ligação do território, literalmente da terra, da geografia, da oposição entre locais específicos, à luta política e cultural. O recente alargamento europeu a Leste e a possível inclusão da Turquia fazem-me também aterrar em pistas práticas. Aqui há coisa de quatro meses, assisti na TV5 (francesa) a um debate entre Le Pen e um "europeísta". Le Pen a certa altura vira-se para a câmara e explica com seu ar de Archie Bunker, a tragédia do lado: os espanhóis preparam-se para legalizar centenas de milhares de imigrantes arábes e de leste, que a partir dessa altura poderão circular livremente pela Europa, e bem entendido, ficar pela França. O que Le Pen pedia aos franceses por detrás da câmara, era que continuassem a confiar, para sua segurança, exclusivamente na Nação. Bonaparte tinha como regra aceitar todas as adesões,e a legitimidade que o sustentava era também a defesa das fronteiras da nação. Sem saber muito bem como, e até sem o querer, acredito, também o "Non" francês seguiu a regra. Território, diferença e medo, categorias a seguir atentamente nos próximos tempos.
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