VALEU: "Não há fome que não dê em fartura" vs. "não há fartura que disfarce a fome": no espaço de quatro dias dois excelentes espectáculos musicais de áreas bem distintas. Depois de Pat Metheny, no passado Domingo, ontem foi a vez da brasileira Mart'nália. Perante a qualidade da oferta, fica o registo de que nestas apresentações únicas na capital do país, tanto uma como outro não encheram as respectivas salas. Pior, Mart'nália fez a alegria de apenas algumas dezenas de felizardos. Reflexos do défice?
Não, não são relexos do deficit em euros... São reflexos do deficit de qualidade, musical e cultural que nos impingem com a música brasileira que é, desde há muito e de bom tom considerar como politicamente correcta. Aceitar como uma dádiva dos deuses da cultura aquele produto é uma penosa falta de personalidade e um guilty complex que arrasa os tugas...Safam-se os e as interpretes que cantam bem um português saudoso...
Segundo um dizer popular muito antigo, "gostos não se discutem". Já vimos que o amigo não gosta de música brasileira, mas isso não lhe dá o direito de a qualificar como "deficitária" e de falar em nome de um grupo (qual, não sei...). Diga antes: "Não gosto de música brasileira", ponto final. Assuma-se na primeira pessoa. Porque na verdade, a música, tal como a maior parte das expressões artísticas humanas, agrada a uns e não agrada a outros. E a brasileira não foge à regra.
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