CORRECÇÃO: Há uns dias, a propósito dos homicídios de suspeitos pela polícia em caso de dúvida, escrevi aqui o seguinte: "É fundamental que as autoridades percebam que nós, o povo que se quer proteger, não estamos dispostos a pagar a protecção com a vida, ao menos naquelas condições". Depois de ler alguns comentários, na caixa e por e-mail, percebo que, ao falar em "nós, o povo que se quer proteger", fiz uma generalização incorrecta: há, de facto, quem esteja disposto a pagar a protecção com o risco de homicídios ao engano. Quando fiz aquela incorrecta generalização, esqueci-me de que, em episódios como o do homicídio de Jean Charles de Menezes, o mundo se divide em duas partes: os que se sentem mais seguros com este tipo de políticas; e os que se se sentem menos seguros com este tipo de políticas. A divisão deve-se a factores ancestrais e nunca, repito, nunca desaparecerá. A todos os que, pertencendo ao primeiro grupo, eu incluí injustamente no segundo, as minhas desculpas.
"Claro que. se eu fosse o sr. Matozinho, o pai do jovem, estaria destroçado. Provavelmente, estar-me-ia nas tintas para Londres inteira. Mas, se eu fosse um simples brasileiro de Londres, não estaria com aqueles imbecis que cospem no prato da segurança que os polícias londrinos lhes servem. Se há t-shirt a usar por qualquer londrino, brasileiros inclusivé é: "Nós somos todos vítimas do terrorrismo. Obrigado a quem o combate."
Retirado da última Sábado, página 122, opinião de Ferreira Fernades. É também a minha.
Não, o mundo não se divide em duas partes, os bons que querem a liberdade e os maus que querem a segurança. Por muito que esta visão seja tentadora, sobretudo para a autocomplacência de quem define as duas partes. E as razões da evidente oposição não são "ancestrais". Pensar assim é reproduzir o simplismo dos terroristas ou dos defensores do choque de civilizações, que dividem o mundo em fiéis e infiéis - por herança "ancestral". A liberdade sem segurança é só liberdade para o mais forte. Entre um homem com uma bomba e uma população inteira à sua mercê, quem é o mais forte?
Caro Pedro, procuro ler com atenção os seus textos. Gostaria que fizesse o mesmo comigo. Ninguém está a falar de "homens com bombas". Estamos a falar de limites de risco para a polícia matar um suspeito. Não fale em bombas, porque no caso em apreço não havia bombas. As vítimas do engano também têm direito à segurança. Ou não? E as razões da oposição são ancestrais. Um dia discutiremos isso!
isto já começa a ser demais mas é verdade: o luclucky tornou a dizer o que havia a dizer. E sempre assim. Também há os que olham para os casos de forma objectiva e os que preferem as generalizações ideológicas. É fácil. Estão fora do combate. Se estivessem dentro dele fariam o que fazem as chefias policiais: apuravam o erro e deixavam o blá blá para os políticos (em especial os que estão longe e também podem falar de cor)
áh.. e ia jurar que a tal divisão em lado A e lado B que o PC insinuou é mais uma velha divisão entre esquerda e direita. isto agora é assim. Sempre fácil de entender tudo. Basta olhar para a esquerda ou para a direita que se acerta sempre.
Claro que se acerta para blá, blá ehehehe porque se algum dos presentes tivessse responsabilidades de chefia tratava era de saber quem cometeu o erro e suspendia-o de funções (o que ´´e muito provável que até esteja a acontecer enquanto nós fazemos poesia...)
Não havia bombas, é verdade,mas havia sérias razões para suspeitar disso. Podemos discutir se a tal avaliação do risco foi correcta ou não, mas não podemos discutir que existiu.
Com os dados que os media têm transmitido, a polícia de Londres matou o brasileiro porque o mandou parar e ele fugiu na direcção de uma carruagem. A morte do inocente provocada por sete balas deve ser contextualizada com o ataque cobarde de 7 de Julho. Esquecer isso seria, pelo menos estúpido.
é pá vocês às vezes irritam-me. E é por isso que cada vez me incomodam mais as ideologias. Parece que fica tudo tolinho. Olha. se fossem polícias e tivessem de comandar qualquer acção a ver se era com conversas destas que faziam alguma coisa. Está visto que havia suspeição. Não é isso que está em causa e nem alinho nessa outra paranóia de teorias da conspiração. Havia suspeição porque um dos tipos do atentado tinha aquela morada. Tanto quanto se sabe foi só isso. Depois, o que foi justificado é que foi grave. Era suspeito porque vestia um kispo (qualquer brazuca morre de rio com 15graus) e era suspeito porque até se viam uns fios a sair do casaco. E na volta são obrigados a dizer que os fios eram de electricidade porque o gajo era electricista. Mesmo admitindo que não tivessem qualquer hipótese de saber quem ele era (o que parece rocambolesco e terceiro mundista) ele estava vigiado! e foi por estar a ser vigiado que foi seguido de casa até ao metro! Nã ose trata de um suspeito que é detectado dentro do metro e abatido logo ali. Se asim fosse e mesmo sendo inocente também não dizia nada. Achava que tinha sido um raio de um azar mas justiifcado. Simplesmente este tipo foi seguido na rua como sendo suspeito. Ora se era nã ose tornou mais por entrar no metro. Devia ter sido detido antes disso! imagine-se que era mesmo um bombista. Cabe em alguma lógica de profissionalismo dizer-se que os polícias fizeram bem em não o deter antes e esperar que depois se fizesse explodir dentro do metro? é que isso podia ter acontecido Se o gajo estivesse armadilhado não eram oito balas que silenciavam a bomba lá dentro. E isto creio que é um pensamento lógico. Se é lógica de idiota útil ou não isso cabe ao PC dizer mas é a minha lógica contra toda a irracionalidade dos que só conseguem reagir por efeito de bandeira ou ideologia.
Pelos vistos, Zazie, ideologia (e de direita, claro) só têm os do outro lado. Aqueles que defendem "as liberdades" nunca têm ideologia: são apenas bons rapazes ou boas raparigas. E se eu vos pedir muito, muito, muito, também posso ser um bom rapaz? Deixam?
entre os que se sentem seguros com este tipo de polícias e os que se sentem inseguros com este tipo de polícias.
Tudo no plural e bem divido com risco ao meio.
Aqui fica a minha pergunta ao caro PC
em que trincheira se coloca? na insegura porque vive isto à distância pelo monitor ou na insegura porque simplesmente vive isto no lugar onde se deram os atentados?
e quanto a polícias, no plural: que me informe o PC onde é que leu ou quem lhe passou a informação clandestina que a Scotland Yard ou a polícia metropolitana londrina aprovou e condecorou os responsáveis por esta acção.
pedro.. ehheheh acho que tenho de te mandar um mail caso contrário a coisa fica um tanto pateta...
bem, eu falo assim há muito e não faço testes para saber se sou de esquerda ou de direita. Na verdade gosto de pensar para além dessas facilidades. E se tens objecções concretas a opor ao que eu disse (tirando ideologias) bota aí que era bom. Agora nem sei se vai mail ou se faço de conta...
Zazie, as objecções concretas já as escrevi lá em cima. Mas eu repito: não aceito que me atirem adjectivos (fascista, de direita, securitário, racista, grosseiro, possidónio, ignorante) em vez de rebaterem argumentos. E o meu argumento principal é este: o que aconteceu foi um erro da Polícia, mas esse erro é compreensível - atendendo às circunstâncias concretas. E, sobretudo, esse erro não pode ser uma bandeira para impedir um aumento das memdidas de segurança quando há claramente uma nova e brutal insegurança. É muito fácil ser democrata e lutar pelas liberdades dos ingleses em Lisboa ou em Coimbra. Mas perguntem aos ingleses que andam de Metro todos os dias o que acham eles disto tudo.
Se não é pedir muito faz-me um favor: lê de novo o que eu escrevi.
Porque o que eu disse é praticamente o mesmo que tu.
Eu disse: 1- Atirar a matar é mais que justificado 2- Irrita-me quem transforme este erro em algo maior que o próprio terrorismo (dei exemplo de mail que recebi de um colega em que se preocupava por eu poder passar por brasileira mas não se preocupava que mesmo sendo brasileira podia apanhar com bomba 3- Disse que neste caso como em todos prefiro as análises objectivas e dei o exemplo do lucklucy que é de direita e foi objectivo neste caso. Considerou que tinha havido erro da polícia pois se podia ser terrorista e estava a ser seguido o mais correcto era deter antes de entrar no metro. 4- Por último repeti esta ideia à exaustão considerando que só por cabeças quentes ou gosto em tirar partido propagandístico alguém é capaz de tomar partido contra polícia londrina em geral. Perguntei mesmo ao PC se tinha informações de a Scotland Yard ou a polícia metropolitana de Londres terem condecorado os polícias que cometeram este erro. 5- E acrescentei que foi erro e não mero engano porque só era engano se o indivíduo tivesse sido surpreendido com estas características já dentro do metro. 6- Há dúvidas nisto? 7- È preciso dizer que sou de direita ou de esquerda ou o diabo a 7 para se ver isto?
E agora vê mas é a caixa de correio que até me está a dar vontade de rir cóf... cóf... ?:O)))
by the way: conheço ingleses que andam todos os dias de metro e sei o que alguns dizem do histerismo dos que andam de metro por cá ehehehe
áh e discordo de ti no ponto em que dizes que foi um erro compreensível atendendo às circunstãncias
Não foi muito compreensível para quem conhece bem a polícia inglesa que é excelente.
Foi mesmo um erro um tanto incompreensível para quem apenas viveu isto e nem se interessa por aproveitamentos políticos.
E eles sabem que foi erro. Esperemos que pelo menos tenha servido para mandar essa equipa de volta para a "escola".
Por muito que me desagrade que este infeliz erro também sirva para ajudar os idiotas úteis da praxe a ganhar votos à distância e arriscando a vida pelo monitor...
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