EM ALEXANDRIA: São as notas de viagem, organizadas e publicadas 57 mais tarde, pelo filho, José Maria de Eça de Queiroz, sob o título, " O Egypto". Eça vai em 1869 assistir às cerimónias de abertura do canal do Suez, e em conversa com um engenheiro do canal, pergunta-lhe sobre essa immensa legião d'arabes que o Vice-Rei manda todos os annos estudar a Paris. O engenheiro tinha estado a explicar-lhe como a organização colonial do Egipto, articulada com a legislação árabe, dá cabo da vida do fellah, o camponês/proletário do delta do Nilo. Eça esperava mais da juventude, mas o engenheiro desilude-o:
"Ah! Que boa farça isso! Escolhem-n'os em cada aldeâ, entre os árabes que saibam soletrar o arabe. São esse os que vão. Vestem-n'os n'um alfaite d'Alexandria e mandam-n'os pelo paquete de Marselha. Em Paris, as criaturas são mandadas para as escolas, ao acaso. Precisam em primeiro lugar de apprender o francez; depois, começam a percorrer todas as escolas, todos os cursos. Fazem-n'os estudar alternadamente engenharia, direito, medecina, artilharia, architectura. No fim de 4 annos, teem barba e são profundamente imbecis. Mas viram os cafés de Paris, teem uma idéa do que seja uma lorette, a Marselheza e o Punch. Voltam ao Egypto. Se teem proteccções, se o Pachá symphatiza com a côr das calças que um d'elles trouxe de Paris, fal-o entrar nas funções civis, isto é, vai ser amanuense na alfandega ou empregado nas coudelarias do Pachá. Se não tem protecções, faz-se cicerone nos hoteis d'Alexandria."
Hoje é tudo muito diferente, não é?
Ao Vintage: Sou proctologista. Mas porque diabo quer ter a minha profissão? Um desejo (in)consciente tardio?
V. um dos mais prolixos bloguitas que não bloquistas q se movem neste universo que faz? Gostaria de ter uma profissão como a sua para ter o mesmo tempo disponível. Dirá? Já agora q falou no EQ diga lá quem escreveu a obra:"Síntese monoteísta da Teogonia egípcia, considerada nas relações do Deus Phtah e do Deus Imhotep com as Tríadas dos Nómos"? Pago uma Boemia.
Caro FNV e Proctologista, Les bons esprits se rencontrent... Como é belo encontar inopinadamente um Colega, possuidor,claro, das mesmas motivações inconscientes... Como não respondeu à questão literária perdeu uma garrafa de Boehemia e sempre lhe digo que o autor do trabalho em causa foi Topsius, não o verdadeiro amigo do nosso EQ, mas sim um tio do mesmo, "memorável egiptólogo que aos setenta e sete anos dictou da poltrona, onde o prendia a gota, esse livro genial"( A Relíquia)
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