ENTÃO, CATÃO? O argumento segundo o qual Soares não se deve candidatar por ser velho, é estupidamente novo na política portuguesa. A juventude e a maturidade valem pela suas características: a alegria e o arrojo na primeira, a segurança e algum conforto na segunda. A velhice, pelo contrário, leva vantagem precisamente quando não sofre das suas caracteristicas proprias; ou seja, quando se é um velho que acumula e refina as qualidades das fases anteriores, sem sofrer do incómodo de nenhumas das da fase presente. Em tempos escrevi aqui, que alguma da amargura actual de Soares se devia, talvez, à sua inadaptação a um papel senatorial. Pode-se contrariar a idade, mas não se pode vencer o desejo; por isso há velhinhos que morrem nas putas. E felizes.
A diferença está no facto de as putas serem pagas para fazer os velhinhos felizes. O Soares sofre de senilidade política. Nesta altura da vida, serve-se do lugar-comum da experiência que advém da idade para dizer patacoadas com a autoridade dum tasqueiro incontinente e escarro fácil. Exemplos: a propósito do extinto Big Brother (thanx God) falou na reimplantação da censura nos media; quanto ao terrorismo censurou os evangélicos por serem fanáticos religiosos. Faz sentido, n é? (NOTA: faço parte da minoria evangélica em Portugal. Sendo eu fanático e Soares católico assumido, pergunto: para quando o meu Auto-de-Fé?)
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