GUERRAS II: Não se trata de saber o que se pode oferecer a um homem que quer ser um terrorista, trata-se de saber o que se lhe pode tirar para evitar que ele se torne num. Parece-me que o trabalho armado não lhe tira a vontade de combater, pois que lhe dá o suplemento de coragem que eventualmente lhe possa faltar. Os fanáticos religiosos, como a Europa bem sabe, são algo recalcitrantes: querem salvar, e a luta que lhes damos ensina-os a lutar. Novas coisas terão de ser inventadas, novos são os mundos, inclusive os da imaginação dos assassinos...
O que se lhe pode tirar? Quase lembra a adivinha do buraco: quanto mais se lhe tira, maior fica - neste caso, a predisposição para o terrorismo. E o apelo à imaginação lembra aquelas charadas que a lógica tradicional não resolve, aquelas que só um golpe súbito de pensamento "ao lado" consegue desvendar. O que me me faz "imaginar": se não descartarmos a priori o maniqueísmo "muçulmanos bons/muçulmanos maus" (ou outro equivalente), não poderia um princípio de solução vir de dentro do quadrante "deles", dos "bons" - os quais, dizia uma egpícia londrina por estes dias, são igualmente "o" inimigo aos olhos dos terroristas (recorde-se a dominância étnica dos bairros londrinos atingidos)? Chamava a atenção o Ferreira Fernandes (última "Sábado") para duras críticas dos opinion-makers muçulmanos (não terroristas) à genérica complacência do mundo árabe "civilizado". What if?
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