POLÍTICA À PORTUGUESA: confesso que nunca fui grande adepto de José António Saraiva, do Expresso; sempre o considerei ambíguo, dúbio, redondo, pouco esclarecedor e cinzento. A melhor caracterização que dele alguma vez vi foi no Independente, num número especial de uma revista publicada há muitos anos, em que se imaginava uma revolução comunista no país; perguntavam-lhe a opinião e a resposta final era.... talvez. Mas confesso que desta vez me impressionou. Para amostra do que pensa de MM Carrilho, JAS escolheu uma imagem que claramente põe à mostra tudo aquilo que queria demonstrar com o seu artigo.
Num segundo momento, e referindo-se a uma pequena picardia com o Presidente da República sobre o facto de ter escrito que este não tinha falado da necessidade dos emigrantes cumprirem a lei, retracta-se, citando Sampaio (e, muito provavelmente, por indignação deste último), dizendo que o PR o tinha feito. E esclarece: «Jorge Sampaio referiu-se de facto ao assunto, dizendo que encarar a "realidade" da emigração "é também punir quem se julga acima da lei ou quem a viola, sem derivas securitárias ou falsas soluções pretensamente patrióticas".» Quem consegue aproveitar uma curta coluna semanal para, em duas penadas, demonstrar tamanho sentido de humor, não pode ser má pessoa. Reconciliei-me com JAS, vinte e tal anos depois.
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