GAZA I: O Francisco José Viegas do Aviz ( link á espera do PC) tem razão, o acontecimento é quase amordaçante. Ainda assim, duas ou três coisas se podem escapar. A primeira, para já, refere-se ao futuro. A retirada israelita - efeito honrado de negociação - ofusca uma outra realidade, a saber, a da vida prática nos territórios provisoriamente desocupados. Em breve as autoridades palestinianas terão de mudar o disco: se num passado recente tiveram sobretudo de saber garantir a segurança, e cumprir a sua parte do acordo, agora terão de passar a organizar-se. A diáspora palestiniana tem impedido até hoje a execução de uma tarefa essencial à democracia: o censo. Como qualquer um sabe, a própria noção de democracia baseia-se no demos - lugar-onde-se-vive/de pertença. A fábrica da sociedade passa por saber quantos somos, o que precisamos, onde vivemos. O resto, se vier, vem depois.
"A fábrica da sociedade passa por saber quantos somos, o que precisamos, onde vivemos. O resto, se vier, vem depois."
Será que o que fazemos interessa? Talvez seja melhor esperar que nos façam a papinha toda para depois teremos o nosso demos maravilhoso.
Segundo o fabuloso Direito Penal Helênico como transição entre as legislações do Oriente e Ocidente. Como qualquer um sabe, na Grécia antiga, a vingança privada era superada pela composição voluntária, que estabelecia que o ofensor poderia se livrar do castigo com a compra de sua liberdade. Sendo esta a origem remota das formas modernas de indenização do Direito Civil e da Multa Penal. O caráter individual das penas só foi conquistado por volta do século IV, com o desaparecimento da atimia, sanção que afirmava poder matar, qualquer indivíduo expulso da comunidade e ainda, poder apoderar-se de seus bens.
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