PACIÊNCIA: Louve-se a paciência que a nossa "imprensa de referência" tem para com estes governantes! Aparecem depois das férias em reuniões que, cirurgicamente, acabam a tempo dos telejornais das 8.00 horas para apresentarem um belo discurso aos portugueses, mostrando um aparente mas inexistente domínio da situação dos incêndios, escondendo a sua proverbial incompetência na matéria. Devemos comprar ou alugar aviões e helicópteros? Devemos ou não limitar a divulgação de imagens na televisão? Por favor... Onde estão agora os editoriais inflamados contra a pseudo-governação para a platéia? Uma coisa é certa: enquanto se tratar de um grande negócio, os incêndios não acabam. Para além disso, permitam-me a seguinte demagogia: dez milhões de Euros do orçamento pirotécnico - que deverão corresponder a cerca de um quarto (25%!!!) do montante gasto este ano nos lucrativos meios aéreos - serão suficientes para contratar cerca de SETE MIL E QUATROCENTAS pessoas (7.400), durante TRÊS MESES, auferindo cerca de OITENTA CONTOS (400 Euros) POR MÊS, as quais, obviamente, poderiam ser aproveitadas na PREVENÇÃO dos incêndios. Houvesse vontade ou interesse...
Mais difícil deve ser arranjar os 7400 trouxas disposto a trabalhar no Verão por 80 contos. Havendo rendimento mínimo garantido e subsídio de desemprego, mais vale tar quieto.
Ok. Podem ser 3.700 por 160 contos/mês... Entretanto, enquanto se decide a questão fundamental de saber se as televisões passam ou não as imagens dos incêndios, parece que também já ardeu a Serra da Boa Viagem. Estamos no bom caminho para voltarmos a ser o país que éramos... à cinquenta anos: um país de emigrantes.
Obviamente que o PM está, e tem razões para estar, satisfeito. Tal cmo nós temos razões para estar descansados. Ó meus amigos: Em política nem tudo é ou pode ser dito. Cairia mal, certamente, se o PM dissesse que a época (já têm época como, por exemplo, a época balnear) de incêndios é preciosa ( e daí ter sido alargada no tempo) como forma de prevenção de incêndios para a próxima época de incêndios, precisamente. Certamente que as áreas ardidas este ano ficarão fora da corrida no próximo ano, dando lugar a outras áreas ainda não ardidas, enquanto as deste ano recuperam para poderem vir a arder numa época de incêndios futura. Ora, é bem de ver que, depois de anos e anos votada ao abandono, imprestável, se cria, assim, um certo dinamismo na floresta portuguesa, com vista a uma época decente de incêndios, e a consequente criação de emprego e áreas de negócio, pelo efectivo preenchimento e ocupação de bombeiros, meios aéreos privados, meios terrestres privados, desenvolvimento da indústria madeireira, do comércio de artigos contra incêndios, etc. Afinal, nada que o PM não tenha prometido. Só os portugueses desencabrestados do rebanho, perigosos pensadores livres é que teimosamente pretendem ver na actuação deste PM (e do Governo) qualquer coisa de negativo, de estúpido, de impreparado, de aleivoso, de imaturo, soluções de merda para problemas inexistentes, compadrio, corrupção e ainda, da forma artesanal e saborosamente saloia que nos caracteriza, fazer do princípio da legalidade um belo tapete, melhor, um belo capacho saca-lamas. Não, não! É, aliás, muito mais do que, mesmo com uma maioria absoluta, prometia (ou talvez não!)!
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