UM PAÍS DE LARANJAS: O futebol é uma categoria identitária como outra qualquer. Portugal é vice-campeão europeu, tem jogadores excelentes e admirados em todo o mundo, e está virtualmente apurado para o Mundial da Alemanha. Jogou hoje na Russia, empatou, e exceptuando os primeiros 15 minutos, dominou o jogo, esteve como quis. No final, Gabriel Alves, um histórico do "serviço público da RTP" ( logo, de uma certa mentalidade lusitana) estava amuado: "sabor amargo", "Portugal deveria ter ganho o jogo". A 27 de Maio de 1983, Portugal levava cinco golos da URSS em Moscovo, e Bento queixava-se da falta de laranjas e de leite no hotel. Hoje, mesmo ganhando no confronto directo com os filhos do outro império, continuamos com as lamúrias. É, apesar de ser terreno da bola, um retrato de um país que dá a ideia de se sentir mais confortável no desespero do que na confiança.
Recordo que Portugal ganhou a esta mesma equipa e em circunstâncias idênticas (expulsão de um jogador) 7-1 há menos de um ano. Assim sendo, 0-0 tem sabor amargo.
Ontem, por masoquismo, estive a ouvir a Bancada Central e o tom dominante era esse de que Portugal deveria ter ganho. No fundo os tugas preferiam as vergonhas da coreia/japão, a tristeza do euro96 ou as vitórias morais do "fomos os melhores" mas não conseguimos ganhar. esses tugas protestam com o selecionador por colocar jogadores que não têm jogado nos seus clubes. se calhar devia protestar com os seus clubes... mas deve fazer parte da nossa xenofobia. bc
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