VERDADES SEJAM DITAS: Hoje (ontem), num conhecido programa televisivo da SIC Notícias, um igualmente conhecido comentador e activo político defendia a candidatura de Mário Soares dizendo que ele era tão independente que até tinha agido, como Presidente da República, contra o seu próprio partido, dissolvendo a Assembleia da República em 1987. Acontece que nessa altura, as hipóteses eram duas: ou dissolvia a AR e fosse o que o povo quisesse ou colocava o PS com o PRD de Ramalho Eanes no poder. Ora Mário Soares nunca colocaria o partido de Ramalho Eanes no poder - o egoísmo político que lhe é reconhecido nunca lho permitiria. Daí que o episódio não seja um reconhecimento da sua independência: é apenas o reconhecimento do seu egoísmo, da sua justiça muito própria, das suas pequenas brigas e da menoridade e utilização pessoal que faz do Partido Socialista. Que este partido político não tenha ainda percebido o facto (mesmo com o "episódio Alegre") e que tenha ainda dirigentes a defender o feito é que é surpreendente.
Toda a intervenção do dito comentador faz lembrar a famosa "cassete", com outras figuras, bem entendido. Fica, no entanto, a ideia que o moderador não permite contestar, na hora, de forma cabal, os argumentos de cada um dos intervenientes na defesa das suas posições. É mesmo assim?
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